Sorriso: gestores são multados por falhas no controle de medicamentos; prefeitura recorre

O prefeito Ari Lafin, o ex-secretário de saúde, Devanil Aparecido Barbosa, e os responsáveis pelas farmácias Central e do Jardim Primavera e São Domingos, foram multados por falhas no controle de medicamentos nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), as diferenças de estoque de medicamentos comprometem a qualidade da reposição dos estoques e aumentam o risco de indisponibilidade de medicamentos.

O relator do processo, o conselheiro interino João Batista Camargo aponta que a houve má gestão do sistema de controle de movimentação e falhas na implementação de rotinas sistemáticas de conferência de entrada e saída de remédios nas três farmácias em 2017. Além disso, em um levantamento realizado TCE apurou falta de controle da jornada dos servidores de cinco PSFs municipais.

As falhas foram encontradas quando os auditores do Tribunal de Contas inventariaram uma amostra do estoque de medicamentos de três farmácias. Além do prefeito e ex-secretário, foram multados em 6 Unidades de Padrão Fiscal (UPFs) os responsáveis pela Farmácia Jardim Primavera (Marcello Faleiro da Silva), Farmácia Central (Priscila Diel Bobrzyk) e da Farmácia São Domingos (Franciele Segsttater de Oliveira.

Outro lado

O responsável pela Assistência Farmacêutica de Sorriso, Ederson Perin, informou que pode ter ocorrido erro no sistema online ou falha humana. Desde que notificados pelo TCE, segundo ele está sendo solicitado um inventário trimestral técnico e físico para não ocorrer falhas no controle dos remédios.

Conforme o farmacêutico, de um universo de mais de 250 itens, foram verificadas divergências em poucas quantidades de medicamentos registrados no sistema para o que estavam no estoque.

“Em uma farmácia tinha diferença de três medicamentos, em outra farmácia de quatro itens e em outra cinco. Por exemplo, um comprimido que no sistema constava 10 mil unidades e na prateleira estavam registradas 9.890 unidades. Pode ter ocorrido divergência no sistema online que tem um tempo de atualização e estava em fase inicial nas farmácias, ou pode ter sido por causa humana, de erro na entrega em quantidade a mais ou a menos. Lembrando que as três farmácias atendem quase 1 mil pessoas por dia. E é extremamente aceitável que possa ocorrer isso”.

Segundo ele, a própria a equipe técnica do TCE considerou aceitável a baixa diferença no controle de remédios, mas o conselheiro que julgou o processo optou por aplicar a multa. “Mas a gente vai recorrer desse processo e verificar as medidas que podem ser tomadas”.

Falta de medicamentos

Internautas do Portal reclamaram, no início do mês, que faltavam alguns medicamentos, em especial os que são voltados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca, na Farmácia Cidadã Central e em postos de saúde de Sorriso.

Segundo foi informado à redação, faltavam os seguintes medicamentos: Captopril (usado para o tratamento da hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, infarto do miocárdio ou nefropatia diabética, em adultos); Losartana (tratamento da pressão alta e da insuficiência cardíaca); e o Enalapril (usado para controlar a pressão alta ou tratamento da insuficiência cardíaca).

Devido à falta, a Prefeitura Municipal multou em R$ 40 mil a empresa que deveria fornecer os remédios. Segundo Perin, o problema já foi sanado e novas compras foram feitas. “Foi tudo resolvido. O Losartana, por exemplo, que é de uso contínuo já foi reposto. Vale lembrar que ele, o captopril e mais alguns medicamentos para diabete e pressão são distribuídos gratuitamente não só na Farmácia Cidadã, mas em todas as populares que são conveniadas ao Governo Federal”.

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Texto: Redação Portal Sorriso