Após incêndio, 76 pacientes são transferidos; 18 estavam na UTI

Os 76 pacientes que estavam internados no Hospital São Benedito, no Bairro Quilombo em Cuiabá, foram remanejados para o Hospital Estadual Santa Casa, o Hospital Municipal (HMC) e o antigo Pronto-Socorro da Capital, após o incêndio ocorrido na noite deste domingo (15).

O fogo começou por volta das 19h e teria se iniciado a partir de um aparelho de ar-condicionado localizado em uma enfermaria do segundo andar, onde três pacientes estavam internados. Os bombeiros precisaram quebrar alguns vidros para que a fumaça pudesse sair.

O hospital passou por uma vistoria da Comissão de Saúde da Câmara de Cuiabá na manhã desta segunda-feira (16). De acordo com o presidente da Comissão, vereador Luiz Fernando (Republicanos), o dano foi contido no segundo piso e os demais andares estão intactos.

“Constatamos que o incêndio aconteceu apenas no segundo andar, em um dos quartos. Não chegamos até o local, por precaução e devidas medidas dos bombeiros. Apenas vistoriamos esse segundo andar onde aconteceu”, relatou.

Ele afirmou ainda que apesar da gravidade da ocorrência e da falta de rampas para saída de emergência entre o 3º e o 5º andar, não foram constatados óbitos. Apenas um paciente sofreu uma parada cardíaca na entrada do hospital, durante a transferência, mas foi reanimado pela equipe médica.

“Todos os pacientes foram removidos em macas e cadeiras de rodas, a maioria estava estável. Lembrando que esse é um hospital que retomou as cirurgias eletivas há cerca de 60 dias”, disse.

De acordo com o diretor-geral da Empresa Cuiabana de Saúde, Paulo Rós, 18 dos pacientes removidos do hospital estavam na UTI e o restante, na enfermaria. O Hospital São Benedito segue de portas fechadas e as consultas agendadas no setor ambulatorial estão sendo transferidas para outras unidades de saúde.

“Também deslocamos as equipes que atendiam esses pacientes aqui para facilitar, passar o prontuário. As equipes estão à disposição desses três hospitais. E estamos organizando os pertences dos pacientes para serem entregues às famílias”, afirmou.

“Cena chocante”

Para o vereador Diego Guimarães (Republicanos), membro da Comissão, a cena presenciada no segundo andar é “chocante”. “É muita fumaça. Esse ar-condicionado – parece que foi isso, estamos aguardando a perícia dos bombeiros e da Politec – causou muita fumaça, foi um momento realmente perigoso”, relatou.

Ele ainda cobra do Município informações a respeito do contrato e da empresa responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado usados no hospital.

“A preocupação nossa é que aconteceu aqui o que não poderia acontecer. Temos que saber qual empresa dá manutenção nesses aparelhos. Porque não é algo comum, não deve acontecer, ainda mais em um hospital, um ar-condicionado pegar fogo”, criticou. “Há periodicidade de uma manutenção que deveria acontecer num curto espaço de tempo para que isso não acontecesse”, completou.

O diretor da Empresa Cuiabana de Saúde, no entanto, rebateu o vereador. Rós afirmou que o prédio onde funciona o hospital, apesar de ser antigo, estava com a manutenção em dia.

Rós ainda afirmou que o aparelho de ar-condicionado que teria sido a causa do incêndio foi recolhido pelos peritos da Politec.

“Preliminarmente, eles descartaram problemas nas instalações elétricas. Diz que foi um problema realmente no aparelho. Mas a manutenção em dia e pedi para levantar o contrato”, afirmou, pontuando que o hospital inclusive passou por vistoria na semana passada.